segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

#011 criticamos - A Vantagem de Ser Invisível [2012]


Como opção de filme para um domingo de chuva, "A vantagem de ser invisível" se sobressaiu, e acabou me surpreendendo como uma crônica dos dilemas adolescentes. 
Mesmo sem grande divulgação em terra tupiniquim, soube do filme através da premiação do People's Choice Awards, com a Srta. Emma Watson como uma das vencedoras. E também, desperta pela curiosidade quanto a atuação do Mr. Percy Jackson (Logan Lerman), me arrisquei em vê-los, sem grandes expectativas.
Mas a surpresa já começa pelos créditos, com o surgimento do nome John Malkovich como produtor, o que por mérito já me incentivou pouco mais a dedicar 1h42min de minha vida a assistir esse filme.


Admiradores de séries encontrarão alguns rostos conhecidos: como mãe de Charlie, temos a Dra. Montgomery de Private Practice (Kate Walsh) e também a adolescente mais invejada das teenagers fãs dos irmãos Salvatores da série The Vampire Diaries, a Srta. Nina Dobrev.
E pra quem cultua o bom gosto musical dos anos 80 e 90, a trilha sonora é caprichada, ao som de The Smiths.

Adianto que pra quem não só curte, mas também admira o típico roteiro pseudo e suuuuuper intelectual, que assim como eu, ri e se emociona com essa análise exacerbada do comum, esse filme é um exemplar e tanto.
Há muitas semelhanças com outro filme do gênero, "Se enlouquecer não se apaixone".
Sendo ambos narrados por garotos adolescentes, com distúrbios emocionais, vítimas de bullying na escola, que em meio a dias de tormenta, conhecem e se apaixonam por garotas excêntricas.

Mas em "A vantagem de ser invisível" podemos nos aprofundar a história do menino Charlie de tal maneira, que o nos instigamos, assim como o próprio personagem, em investigar o porquê de seus devaneios, suas constantes visões melancólicas da Tia Helen, e então compreender suas ações para que se mantenha "invisível" e despercebido quanto as tramas escolares e familiares.


E ao personagem, mais uma vez tão carismático de Paul Rudd, cabe a melhor citação do filme, que me permite resumir todo o contexto do filme: 
"Nós aceitamos o amos que achamos que merecemos".

Ponto aos olhos penetrantes azuis de Logan, que ao interpretar o disperso Charlie, somam aos takes icônicos quanto a curiosidade do personagem, em observar a vida que lhe parece tão alheia. Com apelo íntimo da fotografia e luz do filme, é quase que possível identificar-se plenamente com seus dilemas.

Enfim, estarei sendo redundante em dizer que o filme vale muito a pena ser visto, mas é claro, visto por quem goste do gênero.
Porque sem a intenção de arrecadar grande bilheteria, com certeza esse é um filme que soma quanto a reflexão.
Ideia essa explicita na narrativa final de Charlie, que basicamente nos diz: Não interessa se é importante ou banal, mas é a história real e imediata, e só isso basta.

Ou seja, assistindo ou não, agora você já sabe: que Percy Jackson é mais uma vez um ótimo protagonista, que Emma Watson está muito além de Hermione e que John Malkovich é um produtor surpreendente ;)